Em Posse, após decreto da "multa em lote sujo", populares reclamam de fogo e fumaça em lotes
Após a Prefeitura de Posse (GO) anunciar a aplicação de multas para terrenos com lixo, entulho, mato alto e água parada, moradores denunciam um problema inesperado: a queima irregular de lotes baldios. Com medo de penalidades financeiras, alguns proprietários estariam recorrendo ao fogo para limpar os terrenos, gerando transtornos para a vizinhança e riscos ambientais.
O decreto municipal, que entra em vigor em 25 de fevereiro, prevê a cobrança de R$ 517,60 para donos de terrenos que não realizarem a limpeza adequada. Caso a prefeitura precise intervir, os custos do serviço serão repassados ao responsável. A medida visa combater a proliferação do mosquito Aedes aegypti, transmissor da dengue, zika e chikungunya.
No entanto, em alguns bairros, o temor da multa tem levado a atitudes drásticas. Moradores relatam um aumento no número de queimadas ilegais, que além da fumaça e do forte odor, podem agravar problemas respiratórios e provocar incêndios descontrolados.
Maria Helena, moradora do Bela Vista, conta que já presenciou queimadas em terrenos próximos à sua casa e teme pelos efeitos na saúde da população.
"O cheiro de fumaça entra dentro de casa e fica difícil até para respirar. Meu filho tem asma, e nos dias que tem essas queimadas ele sofre muito. Além disso, é um perigo, porque se o fogo se espalhar, pode atingir as casas."
Além das questões de saúde, a prática também desrespeita normas ambientais. Segundo a legislação brasileira, queimadas urbanas são proibidas, podendo resultar em penalidades que incluem multas e até medidas judiciais.
A população pode denunciar queimadas ilegais às autoridades competentes, como a Secretaria de Meio Ambiente e o Corpo de Bombeiros, para evitar maiores danos à comunidade.
