🌱8º Encontro Raízes celebra saberes ancestrais na Chapada dos Veadeiros


🌱8º Encontro Raízes celebra saberes ancestrais na Chapada dos Veadeiros

Evento reuniu mais de 100 mestres tradicionais e 2 mil participantes em torno de práticas integrativas, valorização da biodiversidade e fortalecimento comunitário


Realizado de 15 a 18 de maio na Vila de São Jorge e em Alto Paraíso de Goiás, o 8º Encontro Raízes reuniu raizeiros, parteiras, benzedeiras e pajés de diversos estados do Brasil. Ao longo de quatro dias de atividades, o evento atraiu mais de 2 mil pessoas — entre voluntários, apoiadores e simpatizantes — e contou com a presença de mais de 100 mestres de saberes tradicionais.

O Projeto de Prospecção Fiocruz Cerrados, da Fiocruz, marcou presença com equipe coordenada por Guilherme Franco Netto (VPAAPS/Fiocruz) e profissionais da Fiocruz Brasília e do Canal Saúde. Para Francyslane Vitória da Silva, do PSAT/Fiocruz Brasília, o Raízes é “resistência, cura e comunidade”:

“São práticas que brotam da terra, do corpo, da vivência, da sabedoria popular. É uma forma de não deixar morrer esses saberes.”

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Denise Cidade Cavalcante, também do PSAT, ressaltou o reencontro de gerações e a importância de mapear experiências:

“Minhas avós faziam chás e garrafadas, e participar do evento reativou minhas memórias.”


🌿 Plantas‑símbolo e benzimento nas corredeiras

Em cada edição, os mestres escolhem uma planta medicinal para celebrar a biodiversidade do Cerrado. Neste ano, o algodãozinho do cerrado (Cochlospermum regium) foi o símbolo, substituindo espécies como catuaba, sucupira e jatobá, destacadas em encontros anteriores.

Com cerca de 40 atividades, o benzimento nas corredeiras do Parque Nacional da Chapada dos Veadeiros (Patrimônio Mundial Natural pela Unesco) foi um dos mais procurados. A valorização das benzedeiras como patrimônio cultural imaterial reforçou o compromisso de preservar essas práticas centenárias.

Maria Bezerra, benzedeira e fundadora da Escola de Almas Benzedeiras de Brasília, lembrou a força do coletivo:

“Que esse evento sirva de inspiração para as futuras gerações e fortaleça cada mestre em suas comunidades.”


🌎 Ciência tradicional e ancestral de mãos dadas

A roda “Raizeiros, Parteiras, Benzedeiras e Pajés no âmbito do SUS” contou com a presença da enfermeira e parteira indígena Lua Ayré, que defendeu a união entre saberes:

“A ciência indígena, que é a das ervas, vem para unir.”

A saída de campo à Fazenda Volta da Serra, entre Alto Paraíso e São Jorge, permitiu a identificação de plantas medicinais do Cerrado. Guiados por raizeiros e benzedeiras, os participantes percorreram até o Poço Esmeralda, aprendendo sobre usos ancestrais das ervas.

O encontro foi encerrado no domingo (18), com a feira de produtos naturais, ervas e artesanato na Praça do Encontro, em Alto Paraíso, coroando quatro dias de celebração e trocas culturais.

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