Milho deve manter tendência de queda no curto prazo e Brasil pode perder espaço no mercado internacional
A tendência de queda nos preços do milho deve se manter no curto prazo, segundo análise da plataforma Grão Direto. O cenário é influenciado por uma combinação de ampla oferta no Brasil, clima favorável à safrinha e desaceleração da demanda interna e externa.
A colheita da segunda safra de milho, que deve superar 100 milhões de toneladas, começa a ganhar ritmo em junho, com condições climáticas ideais no Centro-Oeste e Sudeste. Isso já pressiona os preços futuros e do mercado físico, que vêm caindo de forma constante nos últimos dias. Na B3, o contrato de maio fechou a R$ 74 por saca, uma retração de 3,48%. Em Chicago, o milho recuou 4,34% na semana, para US$ 4,41 por bushel.
Do lado da demanda, tanto as usinas de etanol quanto as indústrias de ração têm comprado apenas o necessário. As exportações brasileiras praticamente pararam, a ponto de a Anec (Associação Nacional dos Exportadores de Cereais) decidir não divulgar projeções de embarques para maio, considerando os volumes como residuais.
A Grão Direto alerta que o Brasil pode perder competitividade no mercado externo diante do avanço dos Estados Unidos. O país tem firmado acordos com a União Europeia e pode estender suas exportações a mercados hoje atendidos pelos brasileiros, como Japão e Coreia do Sul.
Diante de uma supersafra nacional e da crescente concorrência internacional, o mercado se prepara para uma pressão ainda maior sobre os preços do cereal brasileiro nas próximas semanas.