Bebê viveu mais de um ano em cercadinho na UTI do Hugol e houve tensão entre mãe e hospital
Na sexta-feira, 5 de setembro de 2025 , foi concluído um capítulo comovente na vida de um bebê de 1 ano e 8 meses , internado desde recém-nascido na UTI cardiopediátrica do Hospital Estadual de Urgências Governador Otávio Lage de Siqueira (Hugol), em Goiânia .
Apesar de clinicamente estável, o menino foi encontrado por mais de um ano em um cercadinho dentro da UTI, não por necessidade médica , mas por falta de encaminhamento judicial e acolhimento institucional.
Segundo registros médicos e sociais, desde cedo havia fragilidade nos vínculos familiares. A ausência gradativa de visitas desencadeou o acompanhamento do caso pelo Conselho Tutelar e pela Vara da Infância e Juventude , mas a questão ficou sem solução até 3 de setembro , quando a Justiça determinou o acolhimento provisório do bebê no abrigo, levando em conta suas necessidades de saúde.
Na manhã de 5 de setembro , equipes do Conselho Tutelar e de um abrigo serviram no Hugol para retirá-lo. Antes da saída, houve uma despedida emotiva por parte dos profissionais da unidade: um cartaz com a mensagem "Que Deus te acompanha. Nós te amamos!" , balões e até um bolo marcaram o momento . Agora, o menino terá a chance de crescer em um ambiente acolhedor, com estímulos fundamentais para o desenvolvimento infantil.
Reação da mãe e esclarecimento do hospital
A mãe, identificada como GLAS , de 23 anos, residente de Campestre de Goiás , nega ter abandonado o filho. Ela afirma que o hospital impediu suas tentativas de visitá-lo . Segundo ela:
“Todas as vezes, pegavam a gente na recepção e não deixavam subir [para ver o filho]”.
Ela também afirmou que soube por reportagem que a criança não estava mais na unidade e que já acionou advogados para tentar Reaver o filho e processar o Hugol .
O hospital, por sua vez, esclareceu que o paciente — identificado como PASR , conforme nome real — recebeu alta em 5 de setembro de 2025 , em estado estável, consciente e respirando espontaneamente. Segundo a nota:
- Durante a internação, ele recebeu acompanhamento integral da equipe multiprofissional , conforme protocolos que garantem cuidado, segurança e acolhimento .
- Quanto às reclamações de familiares, a unidade informou que o caso está sob responsabilidade das autoridades competentes , corre em segredo de justiça , e que todas as provas de contato e mediação foram registradas e encaminhadas para análise.
O que está em jogo?
Pela criança:
- A transição para um ambiente acolhedor e estimulante será essencial para o seu desenvolvimento emocional, físico e cognitivo.
Sobre o sistema:
- O caso evidencia a morosidade dos processos judiciais e os desafios na proteção de crianças em situações de abandono ou negligência.
Nenhum plano legal:
- A versão da mãe aponta possíveis falhas na comunicação e nas práticas do hospital.
- O hospital defende que os protocolos e as tentativas de mediação foram registrados.
Resumo da linha do tempo
Dados | Evento |
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Desde o nascimento até abril de 2025 | Bebê internado na UTI, sem visitas da família |
3 de setembro de 2025 | Justiça determina o acolhimento provisório em abrigo |
5 de setembro de 2025 | Alta médica e transferência do bebê para abrigo |
Dados da Mesma | Mãe afirma ter sido impedida de ver o filho; hospital emite nota |
Este episódio levanta questões relevantes sobre a proteção da infância, o funcionamento dos órgãos judiciários, a atuação das instituições de saúde e os direitos dos familiares. Resta acompanhar os desdobramentos legais e, principalmente, o bem-estar da criança nessa nova fase.