Ex-assessor acusa Alexandre de Moraes de usar o TSE para interferir nas eleições de 2022
Eduardo Tagliaferro afirma que houve direcionamento político para favorecer um lado e deslegitimar o outro
O ex-assessor do ministro Alexandre de Moraes, Eduardo Tagliaferro, afirmou nesta terça-feira (12) que houve “um direcionamento político” comandado pelo magistrado durante as eleições de 2022. A declaração foi feita na Comissão de Segurança Pública do Senado, onde Tagliaferro acusou Moraes de utilizar o Tribunal Superior Eleitoral (TSE) para beneficiar um polo político e prejudicar outro.
Segundo o ex-assessor, que chefiou a Assessoria de Enfrentamento à Desinformação do TSE, o ministro determinava o monitoramento de conteúdos em redes sociais, vídeos e publicações relacionados ao processo eleitoral. Esse material era transformado em relatórios e encaminhado diretamente ao TSE — presidido por Moraes à época — ou, em situações específicas, ao próprio gabinete no Supremo Tribunal Federal (STF).
— “Havia sim, de fato, um direcionamento político, por ele e por sua equipe e seus colaboradores mais próximos com o objetivo de, naquele momento, denegrir a imagem de um polo político e exaltar a imagem de outro polo político. Isso é gravíssimo e atentou contra as eleições”, declarou Tagliaferro.
O ex-assessor também disse que a Corte Eleitoral era usada como “canal preferencial” por conta da “menor burocracia”. Já em casos mais complexos, segundo ele, os processos eram levados ao STF, onde haveria espaço para “maracutaias judiciais”.
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As acusações levantam novas discussões sobre a condução do processo eleitoral e o papel das instituições na fiscalização e no combate à desinformação. O STF e o TSE ainda não se manifestaram oficialmente sobre as falas de Tagliaferro.
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