EUA anunciam investimento bilionário em projetos de terras raras em Goiás
Financiamento envolve mineradoras com operações em Minaçu e Nova Roma e foi firmado com banco estatal norte-americano
Os Estados Unidos fecharam um acordo de investimento bilionário em projetos de terras raras em Goiás, envolvendo as mineradoras Serra Verde e Aclara, com operações nos municípios de Minaçu e Nova Roma. O financiamento foi firmado com o DFC (Development Finance Corporation), banco estatal norte-americano, e os valores foram divulgados pela Folha de S.Paulo. 🌎⛏️
Pelo acordo, a mineradora Serra Verde garantiu um empréstimo de US$ 465 milhões, o equivalente a cerca de R$ 2,5 bilhões, destinado à ampliação da produção. Já a Aclara recebeu US$ 5 milhões (aproximadamente R$ 27 milhões) para a realização de estudos de viabilidade da mina em Goiás. No caso da Aclara, o contrato prevê a possibilidade de conversão da dívida em participação acionária.
Para o governo norte-americano, o investimento faz parte de uma estratégia para reduzir a dependência da China, que atualmente concentra cerca de 60% da extração mundial de terras raras e aproximadamente 90% da capacidade global de refino. O Brasil possui a terceira maior reserva mundial desses minerais, atrás apenas da China e do Vietnã.
As terras raras são um grupo formado por 17 elementos químicos, considerados estratégicos para setores como transição energética, indústria automobilística, tecnologia e defesa. Apesar do alto valor econômico, a extração e o processamento desses minérios são complexos e exigem tecnologia avançada.
Atualmente, a Serra Verde é a única mineradora de terras raras em operação no Brasil e uma das poucas fora da China. Embora os detalhes do contrato não tenham sido divulgados, a empresa informou que não comentaria o acordo. Em entrevista concedida à Reuters, o presidente da mineradora, Thras Moraitis, afirmou que contratos anteriores foram ajustados para permitir que parte da produção seja direcionada a clientes ocidentais.
Segundo Moraitis, a meta da Serra Verde é ampliar a produção para 5 mil toneladas de óxido de terras raras até 2027 e alcançar 10 mil toneladas até 2030, o que justifica o aporte financeiro recebido.
No caso da Aclara, o financiamento tem como objetivo concluir o estudo de viabilidade do projeto em Goiás. A empresa também anunciou a construção de uma refinaria nos Estados Unidos para processar o concentrado produzido no Brasil, com investimento estimado em US$ 277 milhões (cerca de R$ 1,5 bilhão). O valor previsto para o projeto em Goiás é ainda maior, estimado em US$ 680 milhões (aproximadamente R$ 3,7 bilhões).
Em seu site oficial, a Aclara afirma que a refinaria poderá suprir até 75% da demanda dos Estados Unidos por terras raras até 2028. Em nota, a empresa destacou que o contrato com o DFC não impõe obrigação de direcionar a produção exclusivamente ao mercado norte-americano.
O governo brasileiro tem defendido que o processamento de minerais críticos ocorra em território nacional. O presidente Luiz Inácio Lula da Silva já declarou que a geração de valor agregado no Brasil é uma condicionante para projetos do setor, diante da importância estratégica das terras raras para a economia global. 🇧🇷⚙️
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