Prefeito de Posse grava vídeo falando que foi feito "macumba" em frente à prefeitura; Centro espiritualista repudia
O Centro Espiritualista Caboclo Tupinambá publicou uma nota de repúdio nesta segunda-feira (4) contra o prefeito de Posse, Paulo Trabalho, após uma postagem feita em suas redes sociais sobre um suposto ritual na porta da Prefeitura.
Segundo o grupo, a fala do prefeito teria demonizado e estigmatizado religiões de matriz africana, como o Candomblé e a Umbanda, configurando racismo religioso e desrespeito ao Estado Laico.
Na nota, o centro espiritualista afirma que o prefeito associou elementos dos rituais afro-brasileiros à “maldade humana” e à intimidação, o que — segundo o texto — reforça estereótipos e alimenta o preconceito contra comunidades de fé africana.
> “Essa fala demoniza e estigmatiza religiões que são parte fundamental da cultura afro-brasileira”, diz o comunicado.
O documento ainda destaca que a declaração do prefeito, ao dizer que “minha fé está em Deus, eu não acredito nesse tipo de coisa”, utiliza sua posição pública e fé pessoal para marginalizar outras crenças, violando o dever de respeito igualitário de um representante público.
O centro também classificou o episódio como racismo estrutural, alegando que ataques a rituais de matriz africana perpetuam a discriminação contra a população negra e fomentam o ódio e a violência contra essas comunidades.
O grupo exige a retratação imediata do prefeito, reconhecendo o erro e reafirmando o compromisso com o Estado Laico.
> “O poder público não pode ser usado para semear preconceito. Racismo religioso é crime!”, conclui a nota.
